Talvez seja efeito da maturidade.
Ou a tal da crise
da meia idade. (Acho que dá na mesma)
Ou mesmo uma pausa
para reflexão no meio da caminhada
Diante do tumulto
da viagem.
Das perdas,
ausências e alegrias que se intensificam no correr dos dias.
Risos e lágrimas
se confundem.
Os fatos de
sobrepõem.
Somos qual paredes
de uma casa antiga:
muitas demãos de
tintas, outras tantas de cal,
reboco, riscos,
marcas de mãos.
Eventos desconexos
desfilam diante dos meus olhos.
Sonhos ou
realidade?
Analiso diante do
meu prisma. Só do meu.
Não sei ver com os
olhos dos outros.
Não tento mais
colocar os óculos dos meus avós e pais.
Hoje sei que não
me servem.
Não me preocupo mais
com várias questões que me atordoavam.
Sei o óbvio: que
nada, verdadeiramente, nada sei.
Mas que também não
preciso saber!
Viver me
basta.
Seguir as cheias,
os momentos de plenitude e frescor.
E descansar no
tédio dos dias calmos.
Sim, sou feliz.
Sei que sou feliz!
Duma felicidade
contida, serena, pacífica.
De quem não se
debate mais diante daquilo que se chama vida