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O cheiro de casa diz tudo: estou no Espírito Santo!
As casas com suas lajes no segundo andar, soltas entre as montanhas, rodeadas por cercas simples, hibiscos, bananeiras, coqueiros e graviolas.
Ao longe escuto o cantar dos galos e o barulho irritante e inconfundível do vendedor de quebra-queixo.
Aqui venta bastante, o que faz com tenhamos cuidado em usar saias. Mas é um vento suave e doce, que como um bom homem faz de tudo para desnudar as pernas da sua amada e envolvê-las no seu ritmo.
Nos pastos as pedras brotam do chão como seios negros, lisos e amáveis. Vejo mulheres magras e morenas que caminham incansavelmente como formigas fortes de um lado pro outro, homens-meninos com suas pranchas sob o braço e crianças suadas de uniformes azuis.
Tudo me parece tão bom, claro e delicioso, de uma bondade que só está em mim, de uma cor que só eu vejo e de uma sabor que só eu sei.
Entre a Praia do Canto e o Morro do Mestre Álvaro há uma imensidão de sonhos, alguns apenas sonhados, outros, vividos. E há saudades...muitas!
São percepções fugazes, porém que ficarão perpetuamente tatuadas em mim.