19 junho 2008

Questão difícil



Coisa complicada é saber qual o modo correto de lidar com os filhos, principalmente quando estes já não são mais bebes e, não podemos simplesmente dizer 'não' e pronto! Com a idade eles querem explicações cada vez mais complexas, muitas das quais nem possuímos.

A questão do consumismo é uma delas! É muito fácil para nós, adultos, aceitarmos que aparência não é tudo e que têm milhares de coisas mais importantes do que ter o tênis ou o celular da moda. Isso porque fomos amadurecendo esta idéia ao logo da vida, passamos por várias situações que já comprovaram isso e também porque, bem ou mal, já construímos a nossa identidade. Ou seja, sabemos que temos um valor, um caráter, independente de onde moramos, do que vestimos e de qual carro andamos. Quem nós somos de fato é muito superior a tudo isso.

Mas e para eles, os adolescentes? Será que a questão é tão simples assim? Afinal, quando não se tem experiência de vida e não se tem um lugar bem definido nesta mesma vida, o que resta senão a aparência?

Tudo na vida de um jovem é um livro em branco, pronto para ser escrito, mas ainda em branco. A única coisa que ele realmente sente é que precisa ser aceito pelos outros jovens da sua idade. E como tão bem explica Caetano na música Sampa, "...porque Narciso acha feio o que não é espelho". Ou seja, só somos aceitos quando somos identificados como iguais àquele grupo, do contrário somos excluídos e vivemos à margem. Justamente o que o adolescente mais teme!

Porém, mesmo sabendo de tudo isso, será que é correto dar tudo o que eles pedem? Penso que não! Mas como é difícil dosar o limite certo do consumo, que extrapola, em muito, a questão utilitária.

Na dúvida faço como o meu pai que me testava bastante para ver até que ponto eu realmente queria esse ou aquele objeto. E depois de dá-lo não cansava de repetir:

" Ficou lindo, porém não se esqueça de que há coisas mais importantes na vida! E que você é muito maior do que qualquer objeto que possa desejar".

No mais fico torcendo para que de mim tenha saído um ser humano melhor, e que com o tempo os seus valores possam acompanhar tanto o seu desenvolvimento físico quanto o intelectual.