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Final-de-ano e correria. Parece que já viraram sinônimos!
Até as pessoas mais educadas que conheço, não reparam em o quanto deixam de ser gentís nesta época. É um atropelo. Nos telefonemas, nos encontros casuais na rua, até por e-mail: "Olha, não posso falar agora pois estou numa correria só, final-de-ano, você sabe, né?"
Sei o quê?
Que minha filha vai fazer 3 dias de apresentação de balet e jaz, mais não sei quantas de teatro, que há a costureira, a prova das roupas, os presentes de natal, o trabalho que se torna mais urgente, fora muitas outras coisas que nem cabe comentar aqui...Aumenta a carga para todos, independente de quem trabalha fora ou não.
Ouvi outro dia uma história que dizia o seguinte:
Havia uma senhorinha,dessas japonesas bem velhinhas e miúdas, que praticava zazén (meditação sentada), todos os dias em sua comunidade. Não faltava por nada neste mundo! Um dia ela faltou. Não é da tradição budista ficar cobrando satisfação de por quê a pessoa fez ou deixou de fazer tal coisa. Cada cabeça, seu juíz! Acredito que até mais por intuição, e para que nos servisse de lição, a monja responsável resolveu perguntar. A vovó, respondeu: "já estava trancando a porta quando uma amiga vinha chegando para me visitar. A visita ficou constrangida ao me ver pronta para sair, mas logo desfiz essa situação. Mostrei a ela o quão feliz estava com a sua surpresa. Pensei no trabalhão que ela teve em deixar a sua casa para vir até a minha me ver. E, se ela fez isso, é porque, de alguma forma, sou importante pra ela e ela gostaria de passar algumas horas comigo. Só sei que a tarde foi uma festa, tomamos bules de chá, contamos histórias das nossas vidas, enfim, o zazén é maravilhoso, mas o contato com os amigos é tão divino quanto".
Será que temos a nobreza dessa senhora? Será que lembramos que quando alguém nos liga, visita ou manda um e-mail é porque, de algum modo, somos importantes para ela? Não falo em manter amizades de aparências. Se esse é o caso nem vale à pena, é melhor cortar o mal pela raiz. Deixar bem claro que para mim não vale o sacrifício de algumas horas, ou minutos, perdidos com essa pessoa.
Não importa se é final-de-ano ou não, amigos continuam sendo amigos. Se temos um compromisso saberemos falar com jeito que, infelizmente, infelizmente mesmo, de coração, naquele momento não será possível um bate-papo. Mas no primeiro momento que tiver oportunidade ela será prioridade para mim.
Gosto de uma frase de uma música dos Titãs, que diz " Nenhuma idéia vale uma vida".