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Você já reparou na versatilidade de alguns alimentos? Tê-los em casa é como ter um curinga, nunca ficamos desprevenidos.
Entre os mais conhecidos estão a mandioca, o milho, a batata e a abóbora. São alimentos baratos e encontrados com facilidade em qualquer lugar. Além do mais, com exceção do milho, possuem alta durabilidade.Me encantam estes alimentos, gosto de vê-los na fruteira, de acariciá-los e descobrir em quê eles querem se transformar. Mas de todos o meu favorito é a abóbora, nas suas mais diversas variedades.
Uma vez, quando devia ter uns 14 anos, descansava deitada numa rede, era domingo à tarde. À minha frente estava a horta, com um pé de abóbora imenso se esparramando pelo quintal. De repente, enquanto observava uma flor em particular, desapareceram-lhe os contornos naturais e ela ficou ali, jorrando uma luz clara e radiante, gratuita e feliz.
Com o tempo tendemos a duvidar destas experiências, pois a lógica e o receio do que as pessoas possam pensar a respeito acabam por travar até nossas visões mais bonitas. Então, se vi ou se sonhei, não sei. O que sei é que na minha lembrança ainda vejo a flor da abóbora iluminada, real e radiante como naquele dia.
Desde então, a abóbora tem ocupado um lugar de destaque na minha cozinha e, principalmente no meu prato.
Sendo o seu doce o meu preferido em sabor e beleza. Gosto de fazê-lo calmamente como num ritual, deixá-lo apurando 1, 2 ou 3 dias, dependendo da quantidade de água que a fruta carregar, ficar observando como que com o calor a cor vai se firmando, passando do amarelo pálido a um alaranjado robusto e brilhante. Depois é só colocá-lo em uma compoteira de vidro transparente, pois seria um desperdício esconder tanta beleza.
E o cheiro que fica em casa nestes dias de preparação? Inconfundível e acolhedor: abóbora, açúcar , cravo e alfavaca (segredo de família).
Mas nem só de doce vive essa estrela. Com a variedade 'moranga' também gosto de fazer salada. Cozinho os pedaços em cubo no vapor para que não amoleçam demais, depois de frio tempero-os bem, era a preferida da minha avó e hoje é da minha filha. Para dias mais frios, caldo de abóbora com creme-de-leite e salsão, divino!
E as outras variedades, todas igualmente versáteis e saborosas? A abóbora-paulista fatiada na transversal, bem temperada fatia por fatia e assada na grelha durante um churrasco é perfeita para acompanhar a carne. A abóbora-menina, tenra e verdinha, picada bem pequenininha e refogada com uma pimenta-de-cheiro com arroz e feijão, hummm é magnífica.
Se eu for ficar falando de todas as abóboras e nas infinitas fórmulas de prepará-las este texto não terá fim. Além do que este não é um blog de receitas e sim sobre coisas das quais gosto e que me fazem bem e, que com certeza, a abóbora é uma delas.