11 outubro 2009

Às vezes


Sinto o perfume do mar
Ouço o pulsar da terra
Tudo ao mesmo tempo
À setecentos quilómetros do litoral
e a não sei quantos do coração do planeta,
Como me chegam tais notícias?




Às vezes  gosto de pensar que sou coruja, joão-de-barro, bem-te-vi
Quem dera ser ave de um só lugar!
Conhecer meus vizinhos, seus costumes, seus segredos...
Falar das vidas alheias como se minha fossem,
saber das horas da cidade...

Mas não sou!
Sou ave migratória
Minha casa fica no norte,
no sul, no leste e no oeste

Meus dias me pertencem... e só a mim
Não sou
E nunca estou,
Para ninguém

- Vai cansar de bater, seu moço. Ela se foi.
O nome? Sei não!
Só sei que era uma moça loira, às vezes também morena...
tinha 2 gatos e 2 cachorros, gostava de limpar a casa de madrugada
e dependurar as roupas no varal ao amanhecer.
Tinha um pé de alecrim lindo...
O nome não sei não...