25 novembro 2011

Nem morto...



O amor tem uma consciência louca do futuro.
De fazer passado com o futuro.
A paixão vive fora do tempo.
O amor vive no tempo, porque deixa rastros.
Paixão se esquece.
E amor, nem enterrando acaba!

16 agosto 2011

Violet Hill (Colina Violeta)


Era igual mirra.
Era tenro.
Nascido naturalmente nas encostas dos caminhos.
Amarelo como o orvalho da noite.
O golpe foi duro!
O cheiro se espalhou por toda a terra
O vaso quebrado doía tanto.
Repuxavam os nervos,
Encolhiam as pernas...
O vaso permanecia ali na encosta
Quebrado
Qual oferenda
O perfume não cessava de escorrer
Terra adentro
Céu afora
Avisando a todos quantos podiam saber
O aroma seguia seu destino:
Queria poder espalhar-se
Fundir-se no roxo da noite
Acordar os mortos de sono
Era doce
Era suave
Era amargo
Uns rolavam na cama
Outros mal se deitaram
Uns levantaram para ver o céu
Em outros, entremeceram-se as espinhas
Gelaram-se testas.
Veio do pó e ao pó retornou
Mais limpo, mais puro, mais criança.
Pela única razão de que o Amor cobre a multidão de pecados.

24 junho 2011

Em paz...



"Em paz me deito e logo pego no sono,
Porque, Senhor, só tu me fazes repousar segura!"

28 abril 2011

Eu grito


Mas só eu ouço
É estranho,a voz não passa da garganta.
Em algum lugar se perde na imensidão de desejos,
sonhos, humores e rancores.

Persisto! Recebo-o de volta.
Afina, esse grito é meu, de ninguém mais.
Se tem festa, tem platéia.
Se tem dor, não.

Grito no vazio.
Voz que clama no deserto?
Sei bem o que é isso.

13 março 2011

Coisinhas antigas


Gosto de 'coisinhas' antigas.
Pequenos detalhes,
Grandes símbolos de apreciação e afeto.
Lugar certo à mesa.
Almoço de domingo.
Roupa 'quarando' ao sol.
Mudinha de planta ganhada da tia.
Café da tarde com bolo.
Beijo de bom dia.
Beijo de boa noite.
Sabonete 'Granado' de glicerina.
Pó de arroz.
Colar de pérola e
Que todo travesseiro seja digno de um nome!

27 fevereiro 2011

Tentando explicar um sonho sem conseguir! (óbvio!)

Dançavam no céu.
Firmes,seguros e intrépidos.
Com um destino certo:
O futuro!
Como eu sei?

A alegria vem pela manhã...

Por tudo que é leve

Sair do chão, encontrar o meu lugar no espaço.
Lugar que não seja muito espaçoso para não caber quinquilharias.
Fardos pesados e passados.
Não.
Definitivamente!
Sou mansa e humilde de coração.
Mais que qualquer pessoa possa imaginar,
Não cabe em mim grandes expectativas
Deixarei as pedras onde elas devem ficar: no chão,
Lugar de gravidade.
Meu coração fica  no alto,
Em meio aos meus seios que não pesam tanto
E sobre meus ossos que não são grandes
Já disse: só fica o que é leve
Fácil de levar.
O vento me sacode a espinha,
- Sai de mim tudo o que não serve mais!
Passou...
Do passado só bem pouco,
Bem pouco mesmo.
Me repito: Não desejo alzaimer a ninguém.
Mas saber esquecer coisas pelo caminho
É um privilégio para poucos.