28 dezembro 2012

Fonte


"As minhas palavras não se esgotam. Provêm de uma fonte infinita. Não acreditam? Tragam a vossa sede; eu trago a minha inspiração!"

Emílio Miranda

18 outubro 2012


"Existem ossos sem carne, mas não carne sem ossos".

                                                                 provérbio judeu 

13 outubro 2012

No oco


Abri os braços para o vento. Colei o rosto no rosto do tempo.
Fiquei assim em silêncio, sentindo o seu cheiro.
O cheiro de todos os tempos.
Rostos, vozes, luzes, todos dançavam diante de mim.
O grande círculo estava completo.
Me sinto todos quando entro no oco do mundo.

05 outubro 2012

Mansidão



Gosto do que é quieto. Que instala silêncios entre os eventos do dia a dia.
Do olhar mudo. De lábios cerrados. E mãos suspensas no ar. No caminho entre o carinho e a razão.

É por aqui? Não é?
O que fazer? Correr, fugir, se esconder?
Tocar ou não tocar?
Falar nem pensar! Palavras ficam inscritas no cartório do Universo.

Quero mais. Mas não quero admitir.
Ou não posso. Ou não é hora. Ou não tenho certeza. Ou simplesmente é meu jeito quieto de ser.
Aposto que o tempo saberá o que fazer.
Posso sentir os dias se moverem.
Eles têm o cheiro da promessa. Daquilo que se quer muito, mas que causa desespero quando chega.
Meus cabelos sentem. Minha pele estremece. Há mais certeza no não dito que no declarado.

20 setembro 2012

!!!!!!!!!!!!!!!!

caiu
uma gota dos teus olhos
na chuva do meu corpo

10 setembro 2012

Escrever


Escrever é isto: olhar para a página em branco e pensar a infinidade de coisas que podemos fazer com esse espaço todo!
É se como num dia muito azul contemplássemos maravilhados  a imensidão do céu, ou um gramado enorme, ou uma praia onde a areia fininha se mistura ao mar imenso.
O que pensamos? O que temos vontade de fazer?
Sair correndo abraçando tudo, jogar bola, soltar pipa, rolar no chão e tantas coisas mais que nem dá para descrever. 
Nossos olhos precisam de espaços abertos. Nossa alma se alimenta de muitas coisas, mas também se alimenta de vazios. Pausas na correria do a dia a dia. Os espaços são janelas que nos enchem de vida, de ânimo e criatividade.
Mas como selecionar o que escrever em meio ao turbilhão de idéias? 
Mais uma vez pense que está em meio a um campo verdinho ou em uma praia. O que você faz? De imediado nada, não é?
Pára e contempla, não é assim?
Depois com a mente serena pense no que ficaria bem naquele cenário. No que você gostaria de fazer naquele dia. Só faça aquilo que lhe dê prazer. Sim, seja hedonista. Aqui você pode!
Erro grave é tentar agradar aos outros o tempo todo.
Papel ou tela em branco é igual travesseiro. Aquele lugar só nosso, isento de críticas.

23 julho 2012

Resignação


Talvez seja efeito da maturidade.
Ou a tal da crise da meia idade. (Acho que dá na mesma)
Ou mesmo uma pausa para reflexão no meio da caminhada
Diante do tumulto da viagem.
Das perdas, ausências e alegrias que se intensificam no correr dos dias.
Risos e lágrimas se confundem.
Os fatos de sobrepõem.
Somos qual paredes de uma casa antiga:
muitas demãos de tintas, outras tantas de cal, 
reboco, riscos, marcas de mãos.
Eventos desconexos desfilam diante dos meus olhos.
Sonhos ou realidade?
Analiso diante do meu prisma. Só do meu.
Não sei ver com os olhos dos outros.
Não tento mais colocar os óculos dos meus avós e pais.
Hoje sei que não me servem.
Não me preocupo mais com várias questões que me atordoavam.
Sei o óbvio: que nada, verdadeiramente, nada sei.
Mas que também não preciso saber!
Viver me basta. 
Seguir as cheias, os momentos de plenitude e frescor.
E descansar no tédio dos dias calmos.
Sim, sou feliz. Sei que sou feliz!
Duma felicidade contida, serena, pacífica.
De quem não se debate mais diante daquilo que se chama vida