23 julho 2012

Resignação


Talvez seja efeito da maturidade.
Ou a tal da crise da meia idade. (Acho que dá na mesma)
Ou mesmo uma pausa para reflexão no meio da caminhada
Diante do tumulto da viagem.
Das perdas, ausências e alegrias que se intensificam no correr dos dias.
Risos e lágrimas se confundem.
Os fatos de sobrepõem.
Somos qual paredes de uma casa antiga:
muitas demãos de tintas, outras tantas de cal, 
reboco, riscos, marcas de mãos.
Eventos desconexos desfilam diante dos meus olhos.
Sonhos ou realidade?
Analiso diante do meu prisma. Só do meu.
Não sei ver com os olhos dos outros.
Não tento mais colocar os óculos dos meus avós e pais.
Hoje sei que não me servem.
Não me preocupo mais com várias questões que me atordoavam.
Sei o óbvio: que nada, verdadeiramente, nada sei.
Mas que também não preciso saber!
Viver me basta. 
Seguir as cheias, os momentos de plenitude e frescor.
E descansar no tédio dos dias calmos.
Sim, sou feliz. Sei que sou feliz!
Duma felicidade contida, serena, pacífica.
De quem não se debate mais diante daquilo que se chama vida