16 agosto 2011

Violet Hill (Colina Violeta)


Era igual mirra.
Era tenro.
Nascido naturalmente nas encostas dos caminhos.
Amarelo como o orvalho da noite.
O golpe foi duro!
O cheiro se espalhou por toda a terra
O vaso quebrado doía tanto.
Repuxavam os nervos,
Encolhiam as pernas...
O vaso permanecia ali na encosta
Quebrado
Qual oferenda
O perfume não cessava de escorrer
Terra adentro
Céu afora
Avisando a todos quantos podiam saber
O aroma seguia seu destino:
Queria poder espalhar-se
Fundir-se no roxo da noite
Acordar os mortos de sono
Era doce
Era suave
Era amargo
Uns rolavam na cama
Outros mal se deitaram
Uns levantaram para ver o céu
Em outros, entremeceram-se as espinhas
Gelaram-se testas.
Veio do pó e ao pó retornou
Mais limpo, mais puro, mais criança.
Pela única razão de que o Amor cobre a multidão de pecados.