30 setembro 2010

Almas mortas


Às vezes gosto de pensar que estudei bastante.
Li muito e por isso tenho a pretensão de saber alguma coisa.
Orgulho bobo e ridículo.
Olhando as pilhas de livros ao redor da cama e na estante, o que antes me dava orgulho,
hoje me dá tristeza.
São como falsos amigos.
Daqueles que nas horas amargas simplesmente se tornam invisíveis.
Não olham nos olhos, não oferecem a mão, não dão colo
ou lágrimas, nem sorrisos de solidariedade.
Seres mortos em suas próprias sabedorias.
Talvez viver seja mais simples.
Acolher e sentir é melhor que saber.
Ser acolhida e sentida, não tem preço!
Os livros têm lá o seu lugar, o seu valor...
Mas há momentos que não há título, faculdade, google ou biblioteca,
limpeza ou beleza que dão conta da dor.
Tudo é muito pouco. Na verdade não é nada que se compare a um olhar de:
eu te entendo, te aceito, te respeito e me compadeço dos teus sentimentos!
Meus amigos livros me olham, me espreitam. Seguem mudos.
Não há nada que podem fazer!
O ser humano, com todas as suas imperfeições, ainda é insubstituível na missão de abraçar.