05 outubro 2012

Mansidão



Gosto do que é quieto. Que instala silêncios entre os eventos do dia a dia.
Do olhar mudo. De lábios cerrados. E mãos suspensas no ar. No caminho entre o carinho e a razão.

É por aqui? Não é?
O que fazer? Correr, fugir, se esconder?
Tocar ou não tocar?
Falar nem pensar! Palavras ficam inscritas no cartório do Universo.

Quero mais. Mas não quero admitir.
Ou não posso. Ou não é hora. Ou não tenho certeza. Ou simplesmente é meu jeito quieto de ser.
Aposto que o tempo saberá o que fazer.
Posso sentir os dias se moverem.
Eles têm o cheiro da promessa. Daquilo que se quer muito, mas que causa desespero quando chega.
Meus cabelos sentem. Minha pele estremece. Há mais certeza no não dito que no declarado.